Lixo eletrônico é a denominação genérica para todo tipo de descarte
de equipamento eletroeletrônico. Com o aumento contínuo na produção e
consumo de eletrônicos, a quantidade desse tipo de lixo gerado a cada
ano torna-se um problema cada vez maior
O lixo eletrônico não pode ser descartado junto com o lixo comum: o
grande número de elementos tóxicos pode contaminar o meio ambiente. Além
disso, qualquer eletrônico é por definição um objeto recheado de
conhecimento aplicado, e muitas vezes descartá-lo é desperdiçar esse
conhecimento.
O problema do lixo eletrônico começa com a produção e o consumo. Com o auxílio da mídia especializada, a indústria de eletroeletônicos se esforça para criar a ilusão de obsolescência – convencer as pessoas de que precisam trocar seus computadores, celulares, câmeras e outros equipamentos em períodos cada vez mais curtos. Além disso, a indústria também adota práticas predatórias no processo produtivo – mão de obra precária, uso de matérias-primas extraídas sem levar em conta os impactos social e ambiental, entre outras. Por outro lado, as pessoas comuns, que em última instância têm a grande possibilidade de mudança desse cenário – é delas o poder de compra – ignoram a gravidade da situação e continuam acelerando o ritmo de consumo, sem pensar no que acontece com seus equipamentos daqui a poucos anos.
No âmbito da produção e do consumo, existem algumas medidas que se pode tomar para amenizar a situação. A primeira delas é o consumo consciente. O Greenpeace publica várias vezes ao ano seu “Guide to greener electronics”, que monitora as práticas das maiores empresas de eletrônicos. É uma boa ferramenta para saber como as fabricantes se comportam. Outra medida importante é a extensão da vida útil dos eletrônicos, por meio do reuso. Por exemplo, um computador de dez anos atrás ainda pode ser usado como servidor de rede, armazenamento ou impressão. O software livre, com a flexibilidade que lhe é inerente, pode ajudar bastante nesse sentido. A terceira maneira de reduzir os danos do lixo eletrônico é buscar um descarte responsável: em vez de jogar os eletrônicos no lixo, procurar projetos sociais e educacionais que façam uso deles, ou então empresas que realizem a remanufatura ou reciclagem dos equipamentos.
Em paralelo com a atuação da rede MetaReciclagem, chegamos a desenvolver um modelo de reaproveitamento de eletrônicos com fins sociais. Nunca chegamos a implementar o modelo plenamente (nossa natureza é mais experimental), mas ele consiste idealmente de três partes. A primeira é uma camada de intermediação e logística distribuída: um ambiente online onde as pessoas e empresas possam cadastrar os equipamentos que têm para doar, e uma rede de interessados poder se prontificar a receber as doações ou transportá-las para outras pessoas ou projetos. A segunda parte é uma rede de empreendimentos sociais auto-geridos. Priorizar esses empreendimentos em vez de grandes empresas também vai no sentido de promover transformação social e a geração de arranjos econômicos locais e descentralizados. A terceira parte são práticas de triagem e remanufatura, compartilhadas em rede e apropriáveis por todas as partes envolvidas. Idealmente, esse processo otimiza o uso de eletrônicos, aproveitando-os ao máximo antes do envio para a reciclagem.
A reciclagem é o processo de separar os elementos que compõem o lixo eletrônico e reinseri-los no ciclo produtivo. Em todo o mundo, a reciclagem de eletrônicos é um mercado em franco crescimento. No Brasil, que ainda não aprovou a política de resíduos sólidos, o mercado conta com uma grande informalidade. Infelizmente, grande parte das empresas que atuam na reciclagem de eletrônicos não observa normas de segurança do trabalho e de descarte de resíduos químicos. Algumas utilizam mão-de-obra de adolescentes, sem proteção contra os elementos tóxicos, e ainda por cima se limitam a triturar o lixo e enviar para a China, onde ele vai ser reciclado por mão-de-obra precária e também sem levar em conta o impacto ambiental e social. Outro fenômeno associado à falta de regulamentação do setor é a chamada mineração urbana: pessoas que sobrevivem de procurar lixo eletrônico nos lixões e ruas de grandes cidades, e revendem para esse mercado negro. Ainda temos um longo caminho a percorrer nesse assunto, principalmente no Brasil. A primeira medida nesse sentido é a aprovação da política nacional de resíduos sólidos. O projeto em andamento no congresso trata o lixo eletrônico como resíduo reverso – responsabiliza o fabricante pelo manejo dos descartes antes da disposição final. O projeto brasileiro recebe elogios em todo o mundo, mas ainda não foi aprovado. É necessário mobilizar a opinião pública para esse problema, e acelerar a aprovação da política de resíduos sólidos.
O problema do lixo eletrônico começa com a produção e o consumo. Com o auxílio da mídia especializada, a indústria de eletroeletônicos se esforça para criar a ilusão de obsolescência – convencer as pessoas de que precisam trocar seus computadores, celulares, câmeras e outros equipamentos em períodos cada vez mais curtos. Além disso, a indústria também adota práticas predatórias no processo produtivo – mão de obra precária, uso de matérias-primas extraídas sem levar em conta os impactos social e ambiental, entre outras. Por outro lado, as pessoas comuns, que em última instância têm a grande possibilidade de mudança desse cenário – é delas o poder de compra – ignoram a gravidade da situação e continuam acelerando o ritmo de consumo, sem pensar no que acontece com seus equipamentos daqui a poucos anos.
No âmbito da produção e do consumo, existem algumas medidas que se pode tomar para amenizar a situação. A primeira delas é o consumo consciente. O Greenpeace publica várias vezes ao ano seu “Guide to greener electronics”, que monitora as práticas das maiores empresas de eletrônicos. É uma boa ferramenta para saber como as fabricantes se comportam. Outra medida importante é a extensão da vida útil dos eletrônicos, por meio do reuso. Por exemplo, um computador de dez anos atrás ainda pode ser usado como servidor de rede, armazenamento ou impressão. O software livre, com a flexibilidade que lhe é inerente, pode ajudar bastante nesse sentido. A terceira maneira de reduzir os danos do lixo eletrônico é buscar um descarte responsável: em vez de jogar os eletrônicos no lixo, procurar projetos sociais e educacionais que façam uso deles, ou então empresas que realizem a remanufatura ou reciclagem dos equipamentos.
Em paralelo com a atuação da rede MetaReciclagem, chegamos a desenvolver um modelo de reaproveitamento de eletrônicos com fins sociais. Nunca chegamos a implementar o modelo plenamente (nossa natureza é mais experimental), mas ele consiste idealmente de três partes. A primeira é uma camada de intermediação e logística distribuída: um ambiente online onde as pessoas e empresas possam cadastrar os equipamentos que têm para doar, e uma rede de interessados poder se prontificar a receber as doações ou transportá-las para outras pessoas ou projetos. A segunda parte é uma rede de empreendimentos sociais auto-geridos. Priorizar esses empreendimentos em vez de grandes empresas também vai no sentido de promover transformação social e a geração de arranjos econômicos locais e descentralizados. A terceira parte são práticas de triagem e remanufatura, compartilhadas em rede e apropriáveis por todas as partes envolvidas. Idealmente, esse processo otimiza o uso de eletrônicos, aproveitando-os ao máximo antes do envio para a reciclagem.
A reciclagem é o processo de separar os elementos que compõem o lixo eletrônico e reinseri-los no ciclo produtivo. Em todo o mundo, a reciclagem de eletrônicos é um mercado em franco crescimento. No Brasil, que ainda não aprovou a política de resíduos sólidos, o mercado conta com uma grande informalidade. Infelizmente, grande parte das empresas que atuam na reciclagem de eletrônicos não observa normas de segurança do trabalho e de descarte de resíduos químicos. Algumas utilizam mão-de-obra de adolescentes, sem proteção contra os elementos tóxicos, e ainda por cima se limitam a triturar o lixo e enviar para a China, onde ele vai ser reciclado por mão-de-obra precária e também sem levar em conta o impacto ambiental e social. Outro fenômeno associado à falta de regulamentação do setor é a chamada mineração urbana: pessoas que sobrevivem de procurar lixo eletrônico nos lixões e ruas de grandes cidades, e revendem para esse mercado negro. Ainda temos um longo caminho a percorrer nesse assunto, principalmente no Brasil. A primeira medida nesse sentido é a aprovação da política nacional de resíduos sólidos. O projeto em andamento no congresso trata o lixo eletrônico como resíduo reverso – responsabiliza o fabricante pelo manejo dos descartes antes da disposição final. O projeto brasileiro recebe elogios em todo o mundo, mas ainda não foi aprovado. É necessário mobilizar a opinião pública para esse problema, e acelerar a aprovação da política de resíduos sólidos.
Reciclagem total de embalagens longa vida
O Brasil chega a um novo patamar da indústria da reciclagem. Tetra
Pak, Klabin, Alcoa e TSL Ambiental inauguram em Piracicaba, interior de
São Paulo, a primeira unidade capaz de recuperar integralmente uma
embalagem longa vida
Há alguns anos, este era um problema ambiental crescente e quase uma
ameaça ao avanço desse tipo de embalagem. A tecnologia de plasma
implantada na usina em Piracicaba terá capacidade para processar entre
32 mil e 40 mil toneladas de caixas longa vida. Para a Klabin, além de
aumentar em 12 mil toneladas o aproveitamento da celulose, que já ocorre
em Piracicaba, a TSL Ambiental - responsável pela operação da usina -
recuperará entre 8 mil e 10 mil toneladas de plástico e alumínio.
Os dois materiais, após a retirada da celulose, eram parcialmente
aproveitados como matéria-prima para a fabricação de produtos de baixo
valor. A tecnologia de plasma permitirá a separação do plástico e do
alumínio. A partir disso, serão vendidos à indústria de transformação
como insumos. Segundo estimativas do grupo de empresas que participaram
do investimento de R$ 12 milhões, a capacidade anual chegará à produção
de pelo menos 6,4 mil toneladas de parafina e 1,6 mil toneladas de
alumínio.
Considerados os preços de mercado, a venda destes insumos poderá
gerar uma receita anual próxima a US$ 7,8 milhões. A Alcoa, como uma das
financiadoras do projeto, absorverá toda a produção de alumínio. A
parafina será vendida à indústria petroquímica para se tornar insumo em
processos industriais. De acordo com Maurício Born, gerente de meio
ambiente da Alcoa, mais do que reaproveitar uma matéria-prima, o projeto
transforma a reciclagem em negócio, base para o avanço dessa indústria
no País.
Segundo Fernando von Zuben, um dos principais articuladores do
empreendimento, os ganhos econômicos que serão derivados da reciclagem
total da embalagem ajudarão a financiar a cadeia de catadores. Para a
Tetra Pak, é o que mais interessa. A reciclagem da embalagem hoje é de
apenas 25% do total. A meta em cinco anos é alcançar 65%. Para isso, a
elevação da remuneração dos catadores pela tonelada da embalagem
cartonada será um grande incentivo. A expectativa é de que o valor de R$
250 por tonelada seja ampliado em 30%. Segundo Miguel Sampol,
diretor-geral da Klabin, além das vantagens econômicas dadas pela
tecnologia do plasma aplicada à indústria da reciclagem, o projeto abre a
possibilidade da montagem de unidades em outros pontos do País. Ele
confirma o interesse da Klabin em participar de outros investimentos, em
áreas onde a reciclagem da celulose é importante.
Independentemente da possibilidade de replicar a experiência de
Piracicaba para outras regiões do País, a tecnologia do plasma,
desenvolvida no Brasil, já ganhou expressão internacional. A TSL
Ambiental fechou uma parceria com uma indústria papeleira da Espanha
para a construção de uma usina de reciclagem de embalagem longa vida em
Valência. "Há negociações para a construção de dois outros projetos na
Alemanha", diz Fernando von Zuben, da Tetra Pak.
fonte: Datamark - http://www.justi2inews.com
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